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terça-feira, 31 de maio de 2011

Lembranças





"O que quer que você faça na vida será insignificante; mas é muito importante que você o faça, porque ninguém mais o fará! Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz que não está preparado, mas a outra metade diz: Faça que ela seja sua para sempre".


Do filme "Lembranças"

União




"Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. O edifício sem união é ruína: o navio sem união é naufrágio: o exército sem união é despojo. Até o homem, cuja vida consiste na união de alma e corpo, com união é homem, sem união é cadáver."


União, por Antônio Vieira.

1ª Feijoada do Gordinho



Cartaz e panfleto sujeito a aprovações.

Mercearia.

Homem e Mulher

Libertação

Luz

sábado, 28 de maio de 2011

O mito da felicidade

A pressão por ser feliz pode atrapalhar seu caminho para viver melhor. Novos estudos propõem como cada um pode encontrar seu próprio bem-estar
LETÍCIA SORG. COM JULIANA ELIAS
Fotos: reprodução
A resposta de qualquer pai ou mãe, questionado sobre o que deseja para os filhos, está sempre na ponta da língua: “Só quero que sejam felizes”. A frase não deixa dúvidas de que, numa sociedade moderna, livre de muitas das restrições morais e culturais do passado, a felicidade é vista como a maior realização de um indivíduo. Até governos nacionais se viram na obrigação de fazer algo a respeito. Neste ano, a China e o Reino Unido anunciaram a intenção de medir o grau de felicidade de seus habitantes. Os governantes, espera-se, querem o melhor para seu país, assim como os pais querem o melhor para seus filhos. Mas a ambição de sempre colocar um sorriso no rosto pode ter um efeito contrário. A pressão por ser feliz, condição nada fácil de ser definida, pode acabar reduzindo as chances de as pessoas viverem bem.
“Quero que meus filhos sejam felizes, mas também que encontrem um propósito e conquistem seus objetivos”, diz o americano Martin Seligman, considerado o mestre da psicologia positiva. Depois de estudar a busca da felicidade por mais de 20 anos, ele afirma ser tolice elegê-la como a única ambição na vida. Ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, professor da Universidade da Pensilvânia, pai de sete filhos e avô pela quarta vez, Seligman reviu suas teorias e concluiu que é preciso relativizar a importância das emoções positivas. “Perseguir apenas a felicidade é enganoso”, diz Seligman a ÉPOCA (leia a entrevista). Segundo ele, a felicidade pode tornar a vida um pouco mais agradável. E só. Em seu lugar, o ser humano deveria buscar um objetivo mais simples e fácil de ser contemplado: o bem-estar.
Em seu novo livro, Flourish (Florescer), Seligman apresenta cinco fatores fundamentais para viver bem. A felicidade (emoções positivas), quem diria, seria apenas um deles, ao lado de propósito, realização, engajamento e relações pessoais (saiba mais no quadro abaixo). “O que eu pensava dez anos atrás era parecido com o que Aristóteles dizia, que havia um único objetivo final, a felicidade”, afirma o americano. Mas ele observou que, muitas vezes, decidimos fazer coisas que não melhoram exatamente nosso humor. Como, por exemplo, ter filhos.
O que importa para viver bem
O psicólogo Martin Seligman afirma que a felicidade é só um dos elementos responsáveis por nosso bem-estar. Conheça os outros
Ilustrações: Andrea Ebert; Foto: Eugenio Sávio/ÉPOCA 
Para casais estabelecidos, que sonham com uma família, a notícia de uma gravidez costuma levar pai e mãe às nuvens. O nascimento da criança é motivo de celebração, com direito a vídeo do parto e incontáveis fotos. Mas, segundo pesquisas de opinião, a alegria dura pouco, e nossa percepção de felicidade diminui nos primeiros anos de vida das crianças. Uma provável explicação para o resultado seria que, ao responder ao questionário, somos influenciados por fatores comezinhos, como as noites maldormidas e as fraldas sujas. De qualquer forma, apesar disso, as pessoas continuam a ter filhos porque, mais do que alegria, eles dão sentido a nossa existência.
Eugenio Sávio/ÉPOCA
Grávida de sete meses de Francisco, hoje com 4 anos, Cristiana enfrentou uma tragédia: o pai do bebê, seu namorado, Guilherme Fraga, morreu após uma parada cardíaca, aos 38 anos. Em luto, ela começou a escrever um blog, Para Francisco, em que apresentava o pai ao filho. Por meio dos textos, Cristiana não só superou a dor, como descobriu uma nova vocação, a de blogueira. Lançou um blog de moda, o Hoje Vou Assim, que se tornou fonte de satisfação e renda
A ideia de que a vida é mais do que a busca de sensações positivas não é nova. Ao escrever que a felicidade é o motivo por trás de todas as razões humanas, Aristóteles não defendia viver apenas em busca de emoções positivas e prazeres. Para o filósofo grego, ser feliz era praticar a virtude. Mesmo Thomas Jefferson, que alçou a felicidade a um direito na declaração de independência americana, em 1776, não defendia ser feliz acima de qualquer coisa, como queremos hoje. No livro A democracia na América, Alexis de Tocqueville afirma que, para Jefferson, a felicidade envolvia conter desejos para obter objetivos de longo prazo. O que muitos afobados de hoje resistem em fazer.
A noção de que a felicidade é um objetivo tangível – e não um horizonte que norteia nossas ações – só se tornou dominante na sociedade moderna. Sua base vem do iluminismo, que colocou o indivíduo – e suas necessidades – no centro das preocupações humanas. É dessa época a teoria utilitarista, que defendia a busca da maior quantidade de felicidade para o maior número de pessoas. Para o jurista e filósofo inglês Jeremy Bentham, a felicidade era a vitória do prazer sobre a dor. A partir do século XVIII, começou a ganhar força a ideia de que temos de evitar as sensações negativas. O principal problema dessa filosofia de vida é basear-se em princípios muito frágeis e efêmeros: as emoções. “Os sentimentos positivos e negativos não podem ser entendidos como fins em si mesmos”, afirma a pesquisadora norueguesa Ragnhild Bang Nes, do Instituto de Saúde Pública do país.
Rogério Cassimiro/Época
Nascido em Maceió, João Baptista tinha 20 anos quando deixou para trás a família e abraçou a vida religiosa em um convento em Goiânia. Hoje, vive em São Paulo, onde é responsável pela biblioteca do Mosteiro de São Bento. Para ele, abdicar dos prazeres mundanos pela clausura da vida monástica não foi um peso: faz parte do propósito que escolheu para sua existência
As emoções negativas, embora desagradáveis, podem servir de alerta para o indivíduo de que há um problema que precisa ser resolvido ou prepará-lo para experiências futuras. Como uma espécie de teste, elas parecem desafiar nossos planos de viver bem. A publicitária mineira Cristiana Guerra sabe como poucos o que é enfrentar situações difíceis e ser obrigada a superá-las. Aos 24 anos, perdeu a mãe e, aos 31, o pai, ambos para o câncer. Casada, chegou a engravidar duas vezes, mas perdeu os bebês. Aos 36, em um novo relacionamento, o sonho de ser mãe foi realizado, mas o pai de Francisco não chegou a conhecê-lo. Guilherme Fraga, então com apenas 38 anos, morreu após uma parada cardíaca quando Cristiana estava no sétimo mês de gravidez. “No dia em que Francisco nasceu, eu chorava, chorava. Meio de alegria, meio de tristeza.”
Para lidar com mais esse trauma, Cristiana decidiu escrever. Quando o bebê estava com 4 meses, transformou as anotações que já fazia em seu diário em um blog, batizado de Para Francisco. A ideia inicial era reunir num só lugar textos contando para o filho como era o pai que ele não conheceu. “Eu passava as madrugadas escrevendo e chorando. E cada vez que conseguia expressar o que era aquela tristeza, e as pessoas entendiam e compartilhavam seus sentimentos comigo, me dava uma alegria muito grande. Aquilo já era uma forma de felicidade”, diz Cristiana. Ao longo dos anos, as seguidas perdas foram responsáveis por uma espécie de transformação interior. “Acabei criando um senso de sobrevivência muito grande.”
Cinco caminhos para o bem-estar
Dicas da New Economics Foundation para conquistar uma vida melhor
reprodução/Revista Época
A história de Cristiana é um exemplo de como é possível olhar a vida de uma perspectiva positiva mesmo em situações difíceis. Segundo especialistas, os otimistas, como ela, têm mais chance de viver um processo de crescimento pós-traumático – a versão positiva do transtorno de estresse pós-traumático de que tanto se fala. Não que Cristiana não tenha sofrido e chorado muito. Mas ela conseguiu encontrar no trauma uma fonte de força pessoal. Pesquisas feitas com veteranos de guerra mostram que a maioria – cerca de 80% – é capaz, assim como Cristiana, de transformar em algo positivo um evento traumático. Um fator importante para conseguir superar a dificuldade é o otimismo. “Os otimistas são mais esperançosos, resilientes, saudáveis e têm um desempenho melhor do que o esperado no trabalho, na escola e nas relações”, afirma Martin Seligman. “Eles pensam que os efeitos das dificuldades são temporários, e suas causas, específicas, delimitadas. E que a realidade é mutável.”
É consenso entre os pesquisadores que grande parte da felicidade, assim como a personalidade, é determinada já no nascimento. “A genética explica quase metade da variação da felicidade”, diz Ragnhild Bang Nes, do Instituto de Saúde Pública da Noruega. Mas, se a felicidade já está inscrita nos genes, não podemos alterá-la? Segundo Martin Seligman, é possível aumentar a duração e a intensidade das emoções positivas, mas a melhoria esbarra num teto: a personalidade de cada um. O conformismo, então, é o que nos resta? Não, responde Seligman. Para ele, a principal vantagem da teoria do bem-estar é permitir a qualquer um, independentemente de sua personalidade ou condição de vida, avançar para uma situação melhor. Como viver bem dependeria não só das emoções positivas, mas também de outros quatro fatores, cada um pode encontrar seu próprio caminho. “Minha razão para negar um lugar privilegiado para a emoção positiva é a libertação”, afirma o psicólogo em seu livro. “A visão de que a felicidade está ligada ao humor condena 50% da população do mundo, que é introvertida, ao inferno da infelicidade.” Na teoria do bem-estar, ou do florescimento, quem não é “para cima” pode compensar adicionando propósito e engajamento à própria vida. Por esse raciocínio, nem todo mundo conseguiria ser exatamente feliz, mas todos podem viver bem.
Saber disso tira uma tonelada de ansiedade de nossos ombros. Em vez de tentar se adaptar a outro jeito de ser, de buscar o bem-estar em terras longínquas, é possível cultivar um jeito próprio de viver bem. O administrador Leonardo Grespan encontrou seu bem-estar no trabalho diário e, para isso, abriu mão de prazeres imediatos. Em fevereiro deste ano, completou 31 anos, mas não pôde comemorar. Naquela sexta-feira, chegou ao escritório às 9 horas, só saiu à meia-noite e, no domingo, enfrentou mais um plantão de 15 horas de trabalho. Tudo por causa da fusão dos bancos Real e Santander, concluída naquele fim de semana. Seu desejo de celebrar uma data especial deu lugar às obrigações profissionais, que implicavam desgaste físico e emocional, algo com que muitos se acostumam em nome de um objetivo maior. “Ver um projeto a que você dedicou mais de um ano dar certo traz uma satisfação indescritível”, diz Grespan, gerente de projetos no Santander. “Tem de realmente vestir a camisa do que você faz. Senão, não faz sentido.” O trabalho em excesso pode ter limitado as sensações de felicidade, mas certamente não lhe faltaram realização e engajamento, dois dos cinco fatores que, de acordo com Martin Seligman, compõem a condição plena de bem-estar.
Enquanto trabalhava incansavelmente para atingir seus objetivos – e os de sua empresa –, Leonardo Grespan provavelmente experimentava aquilo que especialistas chamam de “estado de fluxo”, termo criado pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi. Nele, nós nos fundimos com o que fazemos. Não interessa a atividade, o importante é que ela desafie nossa capacidade e nos mantenha ocupados. “Temos tão pouco tempo que a melhor coisa é gastá-lo com coisas de que gostamos”, diz o monge João Baptista Barbosa Neto, de 29 anos, um dos 45 religiosos que vivem no Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Membro da ordem beneditina, João Baptista adota a reclusão como forma de vida – e de proximidade com Deus – e segue uma rotina rigorosa e pontual de rezas e trabalhos diários dentro do mosteiro. Seu dia tem início às 5 horas, com a primeira oração, e se encerra às 19 horas, com a última. Ele também aprendeu a conviver com a saudade da família, que deixou em Maceió, quando, aos 20 anos, foi morar em um convento em Goiânia. Todos os sacrifícios ficam leves porque fazem parte de um propósito – outro componente do bem-estar, segundo a teoria de Seligman –, o sentido que João Baptista dá a sua vida. “Tive de me adaptar à reclusão, mas esta foi a vida que busquei.”
Stefano Martini/Época
Dos 3 aos 23 anos de idade, o principal propósito da vida de Ricardo Prado era o esporte. Para ele, a felicidade tinha a forma de uma medalha, conquistada com muitos sacrifícios. Mas a fórmula que funcionou por 20 anos se esgotou, e Ricardo decidiu buscar seu bem-estar fora das piscinas. “O momento mais feliz de minha vida? Talvez eu não tenha vivido ainda. Mas tive uma vida de muitos momentos felizes”
No caso do ex-nadador Ricardo Prado, por muitos anos o propósito maior foi o esporte. Para ele, a felicidade tinha a forma de uma medalha de ouro, em particular a que guarda desde 1982, quando, aos 17 anos, venceu o Campeonato Mundial de Natação, no Equador. Além de chegar em primeiro, quebrou o recorde mundial dos 400 metros medley. Nos dois anos seguintes, ainda garantiria ao país duas medalhas de ouro e duas de prata nos Jogos Pan-Americanos de Caracas e uma de prata nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles. “Não sou competitivo. Mas ganhar dá uma sensação de missão cumprida”, diz.
As conquistas não vieram de graça. Ricardo começou a nadar aos 3 anos, no clube da cidade, o caçula de cinco filhos em uma família simples de Andradina, no interior de São Paulo. No início da década de 70, fazer algum esporte era uma forma de conseguir bolsa de estudos em bons colégios e, com sorte, viajar mundo afora. Aos 15 anos, o nadador mudou-se para a Califórnia, onde, além de completar os estudos, passou a treinar no time de Mission Viejo. “Às 5 horas da manhã, eu começava a nadar, às 8, ia para a aula, depois fazia uma hora de musculação e no fim do dia nadava novamente. Praticamente não tinha vida social”, diz. “Mas aquilo já era a felicidade! Eu estava na Califórnia, entre os melhores nadadores do mundo. E eu ganhava de todos eles.”
A vida de competições e treinos puxados não era fácil. Diante das dificuldades extras enfrentadas pelos atletas brasileiros nos anos 80, Ricardo decidiu encerrar a carreira aos 23 anos de idade. “Eu estava cansado. Mas é uma transição difícil, você deixa uma vida inteira para trás e tem de se adaptar a outra.” A nova vida de Ricardo Prado incluiu uma pós-graduação em economia, dar aulas particulares de natação e treinar equipes. Hoje, faz parte da organização das Olimpíadas do Rio de Janeiro e, aos 46 anos, arrisca a dizer que a verdadeira felicidade talvez esteja fora da água. “O momento mais feliz de minha vida? Talvez eu não tenha vivido ainda.”
Histórias como a de Cristiana, Leonardo, João Baptista e Ricardo mostram que o bem-estar pode ser alcançado mesmo diante de privações, desgastes, tragédias e mudanças, numa jornada que depende, essencialmente, de nós mesmos. Os brasileiros parecem concordar com a ideia. Uma pesquisa inédita (leia os resultados no quadro abaixo) encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelou que 61% acreditam que sua felicidade depende de si mesmos. A opinião é corroborada por estudos científicos, que mostram que a personalidade é o que mais influencia a felicidade. A ciência discorda, contudo, da importância que os brasileiros dão a alguns fatores externos, como o dinheiro, especialmente para quem já tem uma boa situação financeira. Nesse caso, estudos sugerem que o dinheiro só faz diferença se o aumento de renda for só seu, e não de todos a seu redor. “Para os mais ricos, felicidade é estar mais alto no ranking do que seus pares”, diz o pesquisador tailandês Nick Powdthavee, de Cingapura, e autor deThe happiness equation (A equação da felicidade), 2010. Mas Seligman alerta: “Quem se baliza pela comparação social é menos satisfeito com a vida do que aqueles que levam em conta valores individuais”. É importante também saber como gastar seu dinheiro. Um estudo da Universidade de Chicago analisou nove categorias de produto e viu que apenas uma, a do lazer, estava ligada à felicidade. Seu efeito positivo parece estar ligado ao aumento do contato social. “O dinheiro tem uma relação positiva com a felicidade, mas esta é pequena se comparada com fatores não monetários, como as relações sociais”, afirma Powdthavee.
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No livro Felicidade: lições de uma nova ciência (BestSeller, 2008), o economista britânico Richard Layard coloca as interações sociais – de amizades ou amorosas – como os fatores externos mais importantes de nossa vida. Em sua pesquisa, as pessoas que começam a ver seus amigos quase todos os dias reportaram, ao final de um ano, um nível de felicidade 0,161 mais alto (num total de 7). Isso é mais que o efeito do primeiro ano de casamento, responsável por um aumento de 0,134 na felicidade do casal. O tipo de amizade também é importante, e é melhor que seus amigos sejam bem-humorados. Segundo o médico e sociólogo Nicholas Christakis, autor do livro O poder das conexões (Campus, 2009), a felicidade é contagiosa – assim como a depressão. Cada amigo feliz de nossa rede aumentaria em 9% nosso próprio bom humor – enquanto um amigo infeliz causaria uma queda de 7%. Mas a solução não seria sair correndo atrás de muitos amigos. Em tempos de Facebook, Orkut e outras redes virtuais, em que alguns expõem orgulhosos listas com mais de 2 mil “amigos”, é importante saber qual é sua verdadeira e sólida base social. Segundo o biólogo evolucionista Robin Dunbar, o cérebro humano só é capaz de lidar com 150 amizades ao mesmo tempo. No grupo mais íntimo – e mais importante –, estariam só cinco pessoas. Mas não existem regras. Há quem consiga melhorar seu bem-estar criando relações melhores com mais pessoas e há também quem se sinta confortável com cinco. “Uma das principais sabedorias é respeitar a característica de cada um”, diz a psicóloga Cláudia Giacomoni, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Obtido o desejado nível de bem-estar, muitos podem perguntar se a conquista seria duradoura. Embora parte dos brasileiros cite a juventude como um fator importante para se sentir feliz, estudos mostram que nosso bem-estar aumenta com o passar dos anos. É verdade que a infância é uma fase propensa a uma grande dose de felicidade, mas o mesmo pode ser dito da terceira idade. Pesquisadores descobriram que, com o envelhecimento, há um aumento de bem-estar. As dificuldades surgem mesmo durante a vida adulta, repleta de desafios, pressões e inevitáveis frustrações. A explicação para essa evolução estaria nas mudanças internas, e não em nosso entorno. Com o passar do tempo, nosso comportamento muda. As pessoas mais velhas brigam menos, sabem como solucionar um conflito, controlam melhor suas emoções e aceitam mais os infortúnios. Há várias teorias sobre por que isso acontece. Laura Carstensen, professora de psicologia da Universidade Stanford, afirma que os mais velhos sabem o que realmente importa e, por isso, focam no essencial. Com isso, aliviam a pressão pela felicidade imediata e se aproximam do bem-estar. Como diz o historiador Richard Schoch, autor do recém-lançado A história da (in)felicidade, quando a felicidade está ligada a algumas condições, deixa de ser um direito de todo ser humano e se torna um privilégio de poucos. Ele diz que basta que tenhamos nascido para termos o direito e a capacidade de ser feliz. Para que esse objetivo não pese sobre nossos ombros, em vez de nos lançarmos numa incessante busca da felicidade – muitas vezes infrutífera –, deveríamos apenas descobrir como viver bem, a nossa própria maneira.

Matéria publicada no site da Revista Época em 27/05/2011

Ensaio Natalia Furlaneto




Foto: Aline Caterine
Produção e Beauty: Tati de Souza
Edição: Miriam Dias 
Modelo: Natalia Furlaneto

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O amor de família.

Hoje 25 de maio comemorasse o dia Nacional  da Adoção, o Brasil tem mais de 8 mil crianças prontas para adoção, mas as famílias que se dispõe a adoção, já se dirigem com um padrão de filhos ideais, e eu pergunto, se o amor é um sentimento sem fórmula, porque esse pré-conceito?
Pois é, o amor de família, é um amor cúmplice, ao mesmo tempo que ele corrige ele ampara, uma família não tem padrão, uma família tem sua base fundada em todos os amores que já descrevi nas outras postagens, é o complemento do amor de Deus e do amor a si.
Esse amor é poder contar com cada membro da família sem receio do que vão pensar, é contar com a proteção do pai nas horas em que nos vemos desprotegidos, é contar com o amor da  mãe que mesmo muitas vezes feridas com os atos dos filhos não os deixa desamparado, é contar com os irmãos pra fazer uma festa surpresa ou acordar cedinho para fazer o café para os pais.
O amor de família é uma troca constante de conselhos, gestos, carinhos, é respeitar cada um com seus hábitos e manias, é rir de você mesmo com eles. É literalmente sentir sem receio.
A valorização da família vem se degradando dia após dia, ano após ano, aquela imagem de pai ríspido hoje muito pouco se vê, o que geralmente se encontra são filhos tratando seus pais de uma maneira muito pouco respeitosa, tem uma fase da vida em que nós filhos achamos nossos pais caretas e  tudo mais, mas manter essa posição é estar sendo rebelde com seus próprios sentimentos, é negar a si mesmo a diferença de tempo existente entre vocês, gerações diferentes tem maneiras de ver a vida diferente, agora se impor e não querer respeitar a maneira como eles vêem o mundo, só gera mágoas e estas faz você perder o seu tempo útil de curtir seus pais.
Não sou mãe, não sei o que é se doar por inteiro ao seu filho, mas sei o que é ser amada por uma, e para esta eu tiro meu chapéu, por sua garra e luta por mim, sei também o que é ser amado por um pai e sua proteção me faz forte e orgulhosa de suas conquistas, eu sou irmã e tenho uma maravilhosa esta eu puxo as orelhas mas também não deixo de rir muito de suas atrapalhadas.
E pra mim, amor de família é isso. União. 




terça-feira, 24 de maio de 2011

O amor a si mesmo.

O amor imensurável de Deus nos fez homens e mulheres com uma capacidade imensa de pensar, observar, falar, e como já diz na bíblia temos dois ouvidos e uma boca, para primeiro ouvir e depois falar, o amor a si mesmo tem inicio com essa frase, pensar mais, observar mais, ouvir mais e só depois agir, mas amor a si mesmo não é deixar de fazer para o outro e fazer para si? Não.
Amor a si mesmo é sobretudo se conhecer, por isso pensar. O pensar é uma auto-analise da sua vida, das suas ações, dos seus limites, dos seus princípios, das suas prioridades. Depois observar, observar a sua volta é trazer para sua vida somente o que deseja e evitar o que não te faz bem. Ouvir te traz a realidade, as vezes a auto-analise te tira da realidade e o que você deseja é tão fantasioso que ouvir o outro e aproveitar suas palavras com ciência é virtuoso. O falar fica por último, porque o amor a si mesmo, é fazer o bem ao outro mas continuar bem consigo mesmo, o impulso ao falar traz conseqüências desagradáveis, a palavra fere mais que uma agressão física, vendo que esta vai direto ao mais intimo do ser-humano e quando ferido por uma agressão física é a palavra que cura qualquer ferida, de uma maneira mais direta digamos que a palavra é uma faca de dois gumes.
O amor a si mesmo é saudável, ele te possibilita o autocontrole emocional, segurança e com isso vem a valorização. A valorização é uma forma nítida de amor a si, saber fazer as escolhas de modo que não ultrapasse seu limite é não querer perder a sua essência, isso é fundamental para manter o equilíbrio.
Toda forma de amor é contínua, você sempre precisa de um para dar continuidade ao outro, o amor a si é uma continuação do amor a Deus como disse no post passado, um complementa o outro. Você passa a ver mais sentido nas coisas a partir do momento que você procura em você o que lhe faz falta e procura abastecer de maneira educada o seu eu, mas alerto abastecer-se é o ponto x, não procure se abastecer no vácuo, em outra pessoa, ninguém irá suprir as suas necessidades, assim como ninguém é obrigado a coresponder as suas expectativas. 
Tudo o que você precisa está apenas em você, basta se conhecer, ter coragem para enfrentar seus monstros e medos internos e depois disso é só dar seqüência do amor de Deus.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

O amor de Deus.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” diz Bíblia em João 3:16


Comparo o amor de Deus a uma árvore forte e cheia de raízes e galhos, o tronco o amor a Deus como podemos ver no Salmo 136:1 “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.” os galhos são a diversidade de amor existente no mundo como diz em 1 Coríntios 13:4-7 “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” e as raízes é onde se procura e sustenta o amor 1 João 5:3 “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos.” 

O amor quando sustentado nos preceitos religiosos tende a ser paciente, cauteloso, inspirador, acolhedor, ele aprende a primeiro ouvir, observar do que falar e agir sem pensar. Criar suas raízes em Deus te traz um amor puro, fiel e verdadeiro, ele é o resumo de todos os outros amores: amor ao próximo, amor a si mesmo, amor ao irmão, amor familiar, amor aos pobres e oprimidos, e a tantas outras manifestações de amor.

Quem ama a Deus ama além da cor da pele, da raça, da classe social, da beleza, pois as diferenças existem sobretudo para nos aproximar de Deus, o preconceito gerado pela "fôrma" vulgo sociedade, congela o coração, aumenta a grosseria e o desprezo.

Deveras vezes ouvimos "Ame a si próprio" e isso é amar a Deus, porque foi ele quem te criou. "Ajude o próximo" é amar a Deus. "Não maltrate os animais" é amar a Deus. Se tudo foi Deus quem fez qualquer manifestação de amor é para ele da mesma maneira como toda manifestação de ódio, assim foi dito em Romanos 8:38-39 “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” 

E ele nos deixou o livre arbítrio para decidirmos onde fixar nossas raízes, agora observe onde está as suas raízes para não produzir frutos podres. “Não se enganem; Deus não se deixa escarnecer. Aquilo que o homem plantar, isso também colherá. O que planta na sua carne, da carne colherá a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gal. 6:7-8)


O desafio é amar.

E desafiada pelo criador penso no que é o amor. O que me intriga é onde as pessoas buscam o amor? O que elas acham que é o amor? O que elas sustentam como o amor? 
Uma máscara povoa a sociedade, escondendo o que de fato é o amor e levando a procurá-lo em lugar desestruturado, frustrando quem procura, absorve o desprezo que a sociedade esbanja.
O olho no olho, o aperto de mão caloroso, o abraço apertado, o bom dia, o sorriso estampado no rosto são os sintomas de quem de fato encontra o amor, estar perto dessas pessoas faz você se sentir um pouquinho amado e isso te fortalece para amar também.
Definir o amor é um tarefa que todos tentam, mas e sentir o amor? Você é capaz?



Essa semana vou descrever o meu ponto de vista sobre os diversos tipos de amor.
Esperem-me amores!

segunda-feira, 16 de maio de 2011


É estranho você olhar para trás e dos olhos cair uma lágrima de aflição, sinto como se tudo o que tenho é angústia e medo, o medo me toma os olhos e eles se enfraquecem.

sábado, 14 de maio de 2011

Confusos sentimentos

Aquela confusão interna, torna a me rondar, o nó na garganta, a vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, o coração parece tão sólido e ao mesmo tempo estilhaçado e nesse meio termo de sentimentos me apego na leitura com a finalidade de resolver meus problemas emocionais.
É o que de fato me consola, a leitura, enquanto me pego lendo o tempo passa e minha mente clareia, a paciência de ler letra por letra formando as palavras e traduzindo-as a minha vida, me compara na situação de ver os fatos acontecendo e analisando um e outro e tirando as minhas conclusões.
As feridas abertas por palavras ásperas, situações desagradáveis ao meu ver, hoje ainda se encontra aberta, mas a necessidade do perdão e a pratica dele, irá com o tempo cicatrizar e me fazer feliz sem receio de olhar para trás e uma lágrima de arrependimento escorrer de meus olhos.
Sinto que estou pronta para viver, para me conhecer mais e explorar meus limites. Mas digo e repito não dou o direito a ninguém de magoar! Farei tudo como quiser, sem a interpretação de outros olhos, olhos estes que não terão a minha sensação de liberdade e não viverão por olhar a vida alheia antes de perceber que a sua escapa entre os dedos.